terça-feira, 20 de abril de 2010
quarta-feira, 14 de abril de 2010
Ser ético, ser herói

Quem viu o filme Casa da Rússia, com Sean Connery e Michele Pfeiffer? Numa certa altura, entusiasmado, o editor inglês que é representado por Sean Connery diz: “Hoje, para alguém ser uma pessoa decente, precisa ser herói”. É uma frase fortíssima, que muda toda a história que vai acontecer depois – e que por isso mesmo eu não vou contar. Mas quer isso dizer que, hoje, para ser ética, uma pessoa tem que ser heróica? Ficou tão difícil a ética, assim?
É o que ouvimos quase todo dia. Os brasileiros dão muita importância à ética. Dividimos o mundo em gente decente e indecente. Quando algo dá errado, por exemplo uma política pública, automaticamente se pensa em roubalheira, não em incompetência.
Prática Ética nas Organizações

Ética é um tema fascinante, mas complexo. Fascinante porque em teoria é compreensível e inspirador e complexo porque se dá na prática por meio das pessoas. A Ética é, portanto, um produto das relações humanas. De forma pragmática, a ética se apresenta como o assunto cujo estudo tem tornado possível maximizar a eficácia das relações humanas nas organizações. Em seu sentido mais abrangente, a ética significa o conjunto de valores e da moral que conduzem um indivíduo a tomar decisões, no que se refere principalmente às suas relações com o mundo. Não se pode estudar a ética de forma isolada, mas com foco no ambiente e nas relações humanas ali existentes.
Na busca de facilitar o convívio em sociedade são criadas normas formais, que podem estar escritas ou normas morais, que são simbólicas e se manifestam por comportamentos fortalecidos nas teias sociais ao longo dos anos. O objetivo das normas é o de se tentar prever, racionalizar e evitar que conflitos éticos ocorram.
A questão ética nas organizações passa pela compreensão da sua cultura organização. Quais os valores e crenças desta organização e como suas questões do cotidiano são resolvidas?
Edgar Schein (1982) define cultura organizacional como sendo um padrão de suposições básicas inventadas, descobertas ou desenvolvidas pelos membros de uma empresa para lidar com problemas de adaptação externa e integração interna. Estes padrões funcionam com eficácia suficiente para serem considerados válidos e, em seguida, ensinadoss aos novos membros como a maneira correta de perceber, pensar e sentir esses problemas.
Observa-se que a prática da ética nas organizações, por caminhos formais ou informais, instala-se por referências ideais de comportamentos e procedimentos que servem de guia, modelo e exemplo de ações ou atitudes tidas como aceitas ou recomendadas.
A formalização de um Código de Ética enfrenta um difícil caminho de construção, implementação e manutenção nas organizações.
Na construção, o desafio está em tornar perceptível o que, de fato, se constitui como valor a serviço da visão e da missão da Empresa. A fronteira entre o código de ética de uma empresa e o ideal de comportamento humano pode levar à construção de um produto incompatível com a gestão corporativa. Assim, o produto (código de ética) pode surgir fadado a ser um mero instrumento ilustrativo ou, no máximo, uma ferramenta a serviço da divulgação de imagem da corporação.
Na implementação, o risco consiste em ter um código de ética elaborado, bem redigido, inserido em manuais, mas que não seja do conhecimento das pessoas ou ainda, não seja aceito como padrão efetivo de diretrizes da ação profissional. A implementação de um Código de Ética pressupõe a elaboração de um projeto específico, com ações de treinamento e endomarketing para divulgação e fixação de seu conteúdo como valor para a organização.
Na manutenção de um código de ética é necessário que se tenham os guardiões que, em geral, compõem o Conselho de Ética e têm por objetivo: analisar os casos discrepantes ou não descritos e auxiliar na identificação das necessidades de revisão dos itens existentes, sugerindo acréscimos ou mudanças.
Mesmo quando uma organização não tem um código de ética formal, sempre existe um conjunto de princípios e normas que sustentam as suas práticas.
A maneira como a organização opera, a partir da experiência em diferentes situações, reflete a crença de cada instituição. Essa crença é detalhada no Modelo de Gestão (Fornari, 2004) que tem como ponto de partida a visão e a missão da organização.
Na manutenção, o risco é não manter este código atual e aderente à cultura organizacional da empresa.
Os Valores são afirmações sobre as crenças fundamentais, princípios que podem ser compartilhados, aprendidos e formam a base a partir da qual as ações e decisões organizacionais serão tomadas. O conjunto de valores orienta a definição de políticas e diretrizes, que se consolidam nos hábitos e costumes. Os valores servem de guia para definição de prioridades e de como todos devem se conduzir na busca dos objetivos da organização. Embora tenham caráter permanente, os valores devem ser periodicamente revisitados, para evoluir com a sociedade e com as necessidades da empresa, formando um conjunto vivo de crenças.
Em torno dos valores, as pessoas, constroem modelos de referência para atuar de forma independente e delegada, respeitando seus interesses, crenças e as variações culturais.
Além da declaração de valores, outros artefatos culturais contribuem para disseminar os princípios éticos de uma organização (exemplo dos líderes; código de ética e o conselho de ética).
A ética numa organização, seja ela empresarial ou governamental, deve ser pautada pelos mesmos princípios. Qualquer ação ou decisão, coletiva ou pessoal, não pode prescindir de um comportamento ético, já que os códigos de conduta devem ser uma ferramenta de gestão para estabelecer e articular os valores corporativos, as responsabilidades sociais, e as obrigações da organização que, em última análise, vão definir a forma como atua para atingir os fins coletivos a que se propõe.
Na busca de facilitar o convívio em sociedade são criadas normas formais, que podem estar escritas ou normas morais, que são simbólicas e se manifestam por comportamentos fortalecidos nas teias sociais ao longo dos anos. O objetivo das normas é o de se tentar prever, racionalizar e evitar que conflitos éticos ocorram.
A questão ética nas organizações passa pela compreensão da sua cultura organização. Quais os valores e crenças desta organização e como suas questões do cotidiano são resolvidas?
Edgar Schein (1982) define cultura organizacional como sendo um padrão de suposições básicas inventadas, descobertas ou desenvolvidas pelos membros de uma empresa para lidar com problemas de adaptação externa e integração interna. Estes padrões funcionam com eficácia suficiente para serem considerados válidos e, em seguida, ensinadoss aos novos membros como a maneira correta de perceber, pensar e sentir esses problemas.
Observa-se que a prática da ética nas organizações, por caminhos formais ou informais, instala-se por referências ideais de comportamentos e procedimentos que servem de guia, modelo e exemplo de ações ou atitudes tidas como aceitas ou recomendadas.
A formalização de um Código de Ética enfrenta um difícil caminho de construção, implementação e manutenção nas organizações.
Na construção, o desafio está em tornar perceptível o que, de fato, se constitui como valor a serviço da visão e da missão da Empresa. A fronteira entre o código de ética de uma empresa e o ideal de comportamento humano pode levar à construção de um produto incompatível com a gestão corporativa. Assim, o produto (código de ética) pode surgir fadado a ser um mero instrumento ilustrativo ou, no máximo, uma ferramenta a serviço da divulgação de imagem da corporação.
Na implementação, o risco consiste em ter um código de ética elaborado, bem redigido, inserido em manuais, mas que não seja do conhecimento das pessoas ou ainda, não seja aceito como padrão efetivo de diretrizes da ação profissional. A implementação de um Código de Ética pressupõe a elaboração de um projeto específico, com ações de treinamento e endomarketing para divulgação e fixação de seu conteúdo como valor para a organização.
Na manutenção de um código de ética é necessário que se tenham os guardiões que, em geral, compõem o Conselho de Ética e têm por objetivo: analisar os casos discrepantes ou não descritos e auxiliar na identificação das necessidades de revisão dos itens existentes, sugerindo acréscimos ou mudanças.
Mesmo quando uma organização não tem um código de ética formal, sempre existe um conjunto de princípios e normas que sustentam as suas práticas.
A maneira como a organização opera, a partir da experiência em diferentes situações, reflete a crença de cada instituição. Essa crença é detalhada no Modelo de Gestão (Fornari, 2004) que tem como ponto de partida a visão e a missão da organização.
Na manutenção, o risco é não manter este código atual e aderente à cultura organizacional da empresa.
Os Valores são afirmações sobre as crenças fundamentais, princípios que podem ser compartilhados, aprendidos e formam a base a partir da qual as ações e decisões organizacionais serão tomadas. O conjunto de valores orienta a definição de políticas e diretrizes, que se consolidam nos hábitos e costumes. Os valores servem de guia para definição de prioridades e de como todos devem se conduzir na busca dos objetivos da organização. Embora tenham caráter permanente, os valores devem ser periodicamente revisitados, para evoluir com a sociedade e com as necessidades da empresa, formando um conjunto vivo de crenças.
Em torno dos valores, as pessoas, constroem modelos de referência para atuar de forma independente e delegada, respeitando seus interesses, crenças e as variações culturais.
Além da declaração de valores, outros artefatos culturais contribuem para disseminar os princípios éticos de uma organização (exemplo dos líderes; código de ética e o conselho de ética).
A ética numa organização, seja ela empresarial ou governamental, deve ser pautada pelos mesmos princípios. Qualquer ação ou decisão, coletiva ou pessoal, não pode prescindir de um comportamento ético, já que os códigos de conduta devem ser uma ferramenta de gestão para estabelecer e articular os valores corporativos, as responsabilidades sociais, e as obrigações da organização que, em última análise, vão definir a forma como atua para atingir os fins coletivos a que se propõe.

Como podemos ter amigos efetivamente verdadeiros no atual mundo moderno amplamente dominado pelas reações utilitárias?
Infelizmente, a palavra amizade tem muito pouco a ver com aquilo que entendemos ao pensarmos no que significa um verdadeiro amigo. Na verdade, hoje, esta palavra adquiriu um significado negativo de privilegio e recomendação: por exemplo, você precisa ter um “bom QI” (quem indique) para conseguir um emprego com remuneração digna e muitas outras vantagens. Dessa forma, a amizade é o meio para passar a frente dos outros e obter privilégios numa sociedade injusta, que transforma a virtude em préstimos, os ideais em serviços.
A verdadeira amizade possui forte conteúdo ético. Não pode existir sem um comportamento moral recíproco.
Infelizmente, a palavra amizade tem muito pouco a ver com aquilo que entendemos ao pensarmos no que significa um verdadeiro amigo. Na verdade, hoje, esta palavra adquiriu um significado negativo de privilegio e recomendação: por exemplo, você precisa ter um “bom QI” (quem indique) para conseguir um emprego com remuneração digna e muitas outras vantagens. Dessa forma, a amizade é o meio para passar a frente dos outros e obter privilégios numa sociedade injusta, que transforma a virtude em préstimos, os ideais em serviços.
A verdadeira amizade possui forte conteúdo ético. Não pode existir sem um comportamento moral recíproco.
Etica e Familia

Muitas coisas dependem da nossa atividade como educadores, mães e pais de família. Podemos e devemos revigorar nossas idéias sobre a importância de sermos comunicadores e transmissores dos valores através da ação educativa.
A simples instrução, a aquisição de conhecimentos técnicos, não são suficientes para construir a coesão social.
O sentido moral, a adesão aos valores compartilhados e às qualidades do coração são tão necessárias como a razão para refazer, sem cessar, geração após geração, uma sociedade mais solidária e fraterna.
Todos nós como educadores temos uma missão: reivindicar plenamente nossa condição de mestres e pais, isto é, de verdadeiros educadores.
Do nosso próprio posto na sociedade podemos e devemos esforçar-nos por fazer a nossa parte.
A simples instrução, a aquisição de conhecimentos técnicos, não são suficientes para construir a coesão social.
O sentido moral, a adesão aos valores compartilhados e às qualidades do coração são tão necessárias como a razão para refazer, sem cessar, geração após geração, uma sociedade mais solidária e fraterna.
Todos nós como educadores temos uma missão: reivindicar plenamente nossa condição de mestres e pais, isto é, de verdadeiros educadores.
Do nosso próprio posto na sociedade podemos e devemos esforçar-nos por fazer a nossa parte.
Ética global
DIFERENÇAS
Devemos aprender a conviver e respeitar as diferenças para podermos viver em uma sociedade melhor!
terça-feira, 13 de abril de 2010
LEGITIMAÇÃO DOS VALORES E REGRAS MORAIS
Diz-se que uma pessoa possui um valor e legitima as normas decorrentes quando, sem controle externo, pauta sua conduta por elas. Por exemplo, alguém que não rouba por medo de ser preso não legitima a norma “não roubar”: apenas a segue por medo do castigo e, na certeza da impunidade, não a seguirá. Em compensação, diz-se que uma pessoa legitima a regra em questão ao segui-lainde pendentemente de ser surpreendida, ou seja, se estiver intimamente convicta de que essa regra representa um bem moral. Mas o que leva alguém a pautar suas condutas segundo certas regras? Como alguns valores tornam-se traduções de um ideal de Bem, gerando deveres?Seria mentir por omissão não dizer que falta consenso entre os especialistas a respeito decomo um indivíduo chega a legitimar determinadas regras e conduzir-se coerentemente com elas. Para uns, trata-se de simples costume: o hábito de certas condutas validam-nas. Para outros, a equação deveria ser invertida: determinadas condutas são consideradas boas, portanto, devem ser praticadas; neste caso, o juízo seria o carro-chefe da legitimação das regras. Para outros ainda, processos inconscientes (portanto, ignorados do próprio sujeito, e, em geral, constituídos durantea infância) seriam os determinantes da conduta moral. E há outras teorias mais. Serão apresentadas a seguir algumas considerações norteadoras para o entendimento dos processos psicológicos presentes na legitimação de regras morais: a afetividade e a racionalidade.
Não precisa mudar - Saulo Fernandez/Gigi

PARÓDIA Tema: Ética na África em paralelo com o BrasilSub-tema:
Produção de alimentos x Fome
Precisamos mudar
Eles não vão se adaptar desse jeito
Sua fome seus desejos
A pobreza e a mágoa
Vamos mudá-la
Precisamos mudar
Não vão se adaptar desse jeito
Eles produzem tanto alimento
Mas não sabe aproveitá-los
Porque exportam
Mas talvez no futuro
Eles consigam
Da à volta por cima
Voltar a ter a felicidade que sempre quis
Então a fome acaba
As mortes diminuem
E a gente sempre se esquece
De tudo que passou
De tudo que passou
http://day-lih.blogspot.com/2009/04/parodia-tema-etica-na-africa-em.html
Ética e Cidadania

Etimologicamente a palavra ética (ethos) é uma transliteração de dois vocábulos gregos:hqoz (ethos) que significa morada do homem, morada do animal: covil, caverna, hqoz que dá osentido de abrigo protetor, o homem encontra um estilo de vida e de ação no espaço do mundo.Acostuma-se com sua morada. Daí vem o costume, mas esta morada é passível deperfectilidade, de aperfeiçoamento.
Ética na Pesquisa
Em conseqüência da divulgação das atrocidades ocorridasnos campos nazistas e da realização do Julgamento de Nurembergue, promovido pelos Estados Unidos, foi elaborado o primeiro documento internacional – que ficou conhecido como o Código de Nurembergue – e que continha recomendações sobre os aspectoséticos que deveriam nortear a realização de pesquisas que incluíssem seres humanos como sujeitos. Este código apontou para a necessidade de realização de uma fase pré-clínica antes de efetuar testes em seres humanos, para a possibilidade de se obter resultados vantajosos advindos do estudo e para a necessidade de se avaliar cuidadosamente o balanço entre riscos e benefícios para os sujeitos envolvidos. Outro importante avanço do código foi registrar aimportância do consentimento ser voluntário, tornando-se elemento absolutamente essencial para a inclusão do indivíduo na pesquisa. Por fim, reconhecia que o esclarecimento sobre o processo a que osujeito será submetido e a qualidade do consentimento obtido sãode inteira responsabilidade do pesquisador.
Solução Ética...
Leonardo Boff diz que "o bem comum deve agora ser reconstruído. Para isso, importa dar hegemonia à cooperação e não a competição. Sem essa mudança, dificilmente se manterá a comunidade humana unida e com perspectica de um futuro que valha a pena”.
Como afirma Hans Kung “não haverá sobrevivência sem uma ética mundial... nós precisamos de uma ética global” (Kung,1993,p.13).
Como fazer? Como podemos contribuir?
Estas respostas podem ter como ponto de partida a lógica do mercado e à crise da noção de bem-estar social e global. Devemos rever nossa ideologia política, o neoliberalismo, pois estes impossibilitam a construção do bem estar coletivo. O senso comum, os valores e o empobrecimento mundial.
Precisamos urgentemente da construção de uma ética global para a comunidade mundial emergente.
Ajudar os países subdesenvolvidos ou emergentes seria o primeiro passo para termos um mundo melhor!
Como afirma Hans Kung “não haverá sobrevivência sem uma ética mundial... nós precisamos de uma ética global” (Kung,1993,p.13).
Como fazer? Como podemos contribuir?
Estas respostas podem ter como ponto de partida a lógica do mercado e à crise da noção de bem-estar social e global. Devemos rever nossa ideologia política, o neoliberalismo, pois estes impossibilitam a construção do bem estar coletivo. O senso comum, os valores e o empobrecimento mundial.
Precisamos urgentemente da construção de uma ética global para a comunidade mundial emergente.
Ajudar os países subdesenvolvidos ou emergentes seria o primeiro passo para termos um mundo melhor!
Ética no Mundo

A Noruega é um dos líderes mundiais em transparência: lá a corrupção é quase inexistente. Não obstante, a legislação anticorrupção é reduzida. A causa encontra-se nos valores sociais predominantes. Um corrupto seria duramente excluído pela sua família, vizinhos e círculos sociais. A Finlândia tem a taxa de presos mais baixa da Europa e, ao mesmo tempo, o menor número de policiais per capita do continente. A prevenção da criminalidade está na cultura de valores, no acesso a oportunidades e no sistema de "prisões abertas", que reabilitam efetivamente. A Suécia quase erradicou a discriminação do gênero. Uma opinião pública que considera a igualdade dos sexos um ponto de princípio constantemente pressiona para mais avanços. O Canadá tem um dos sistemas de saúde de melhor qualidade do planeta e totalmente inclusivo. A população não aceitaria nada diferente: considera o acesso a uma saúde de boa qualidade um direito intocável, que deve ser sempre prioridade. A Holanda, como os países nórdicos, o Canadá e outras nações líderes no social-econômico, tem altos níveis de equidade na distribuição de renda e acesso universal a educação e saúde. Nas culturas destes países predomina uma atitude de rejeição às grandes desigualdades e de apoio à equidade e à igualdade de oportunidades.
Na raiz desses sucessos está o capital social, nova descoberta das ciências do desenvolvimento. Captado nos estudos pioneiros de Putnam (Harvard), o capital social cobre pelo menos quatro dimensões: os valores éticos dominantes na sociedade, sua capacidade de associação, o grau de confiança entres os seus membros e a consciência cívica. Os resultados das medidas econométricas são conclusivos. Quanto mais capital social, mais crescimento econômico em longo prazo, menos criminalidade, mais saúde pública e mais governo democrático. A noção não pretende substituir o peso dos fatores macroeconômicos no desenvolvimento, mas sim chamar a atenção para o que se deve adicionar a esses fatores. O mero reducionismo economicista é uma visão estreita e leva a políticas ineficientes.
O vencedor do Prêmio Nobel de Economia Amartya Sen destaca: "Os valores éticos dos empresários e dos profissionais de um país (e outros atores sociais importantes) fazem parte dos seus recursos produtivos". Se são favoráveis ao investimento, honestidade, progresso tecnológico e inclusão social serão verdadeiros ativos; se, caso contrário, predominam o lucro rápido e fácil, a corrupção e a falta de escrúpulos, impedirão o avanço. Hoje em dia, a idéia foi adotada pelos principais organismos internacionais. O Banco Mundial, o Banco Interamericano de Desenvolvimento e as Nações Unidas, entre outros, criaram áreas dedicadas a promover o capital social.
Numa América Latina com enorme potencial, mas oprimida por gravíssimos problemas sociais, devia-se prestar mais atenção a estes fatores. A Unicef diz que morrem anualmente na região 500 mil crianças por causas previsíveis, e mais de 95 milhões são pobres. Quase 60% das crianças latino-americanas estão abaixo da linha de pobreza. Entre as causas pelas quais países potencialmente tão ricos têm tanta pobreza coincide destacar os déficit éticos e o feito de que este é o continente mais desigual de todo o planeta, regressivo para o progresso econômico e social.
O capital social pode ajudar. Expressa-se em formas muito concretas, que é preciso fortalecer, e pode desempenhar um papel muito importante. Uma delas é o voluntariado. Em vários países desenvolvidos o voluntariado gera mais de 5% do Produto Bruto em bens e serviços sociais, ajudando a outros. Ora, a materialização do capital social é a responsabilidade social empresarial. Nos Estados Unidos é crescente a pressão pública neste sentido e vem surgindo uma intenção de criar, junto aos indicadores de qualidade típicos, um ISO de qualidade social que permita aos investidores elegerem empresas que a pratiquem. Na França, os fundos éticos se difundem crescentemente e a Associação Cristã Ética e Investimentos pede para que invistam em empresas que se destacam nos valores como direitos humanos, respeito e desenvolvimento da pessoa e investimentos construtivos nos países em desenvolvimento. Na América Latina sente-se uma alta expectativa sobre este tema. Pesquisa recente feita na Argentina detectou-se que 86,5% dos consumidores dizem que a responsabilidade social pesa ao definir suas compras; 52,6% estão dispostos a pagar mais pelos produtos de empresas socialmente responsáveis, e 77%, a deixar de comprar as mercadorias das irresponsáveis.
Entre outras expressões do capital social está o aumento da participação cidadã e o fortalecimento das organizações dos pobres, como sugere o estudo recente do Banco Mundial "Vozes dos Pobres", dando a eles oportunidades produtivas e ajudando decididamente a se capacitarem.
Uma combinação de políticas públicas transparentes, livres de toda corrupção, com gerência de primeira qualidade, que garanta a toda a população, como corresponde numa sociedade democrática, seus direitos a alimentação, saúde, educação e trabalho, e um capital social mobilizado que a complemente, desencadeando círculos virtuosos no país e na região.
Será possível? Os céticos afirmam que é difícil nas nossas sociedades. Não obstante, quando observamos a imponente explosão de condutas solidárias em diversos países na América Latina de hoje, entre eles a grande resposta solidária ao programa Fome Zero, no Brasil, pode-se afirmar que está a salvo o mais importante - o respeito na base da sociedade ao mandato bíblico pelo qual somos responsáveis uns pelos outros e que a indiferença frente ao sofrimento alheio é indigna. Desenvolvendo este contrato ético é possível avançar para construir uma sociedade de qualidade.
Bernardo Kliksberg é sociólogo e dirige a Iniciativa Interamericana de Capital Social, Ética e Desenvolvimento do BID. É autor, entre outras obras, de "Falácias e mitos do desenvolvimento social" (UNESCO, Cortez, 2002).
Este artigo foi publicado no jornal "Valor Econômico" no dia 30 de junho de 2003.
ÉTICA EMPRESARIAL
ÉTICA EMPRESARIAL NA AMÉRICA LATINA
Esforços isolados estavam sendo empreendidos por pesquisadores e professores universitários, ao lado de subsidiárias de empresas multinacionais em toda a América Latina, quando o Brasil foi palco do I Congresso Latino Americano de Ética, Negócios e Economia, em julho de 1998. Nessa ocasião foi possível conhecer as iniciativas no campo da ética nos negócios, semelhanças e diferenças entre os vários países, especialmente da América do Sul.Da troca de experiências acadêmicas e empresariais, da identificação criada entre os vários representantes de países latinos presentes, da perspectiva de se dar continuidade aos contatos para aprofundamento de pesquisas e sedimentação dos conhecimentos específicos da região em matéria de ética empresarial e econômica, emergiu a idéia de formação de uma rede. Foi, então, fundada a ALENE - Associação Latino-americana de Ética, Negócios e Economia.
ÉTICA EMPRESARIAL NO BRASIL
Em São Paulo, a ESAN - Escola Superior de Administração de Negócios, primeira faculdade de administração do país, fundada em 1941, privilegiou o ensino da ética nos cursos de graduação desde seu início.Em 1992, o MEC- Ministério da Educação e Cultura sugeriu formalmente que todos os cursos de administração, em nível de graduação e pós-graduação, incluíssem em seu currículo a disciplina de ética. Nessa ocasião, o CRA- Conselho Regional de Administração e a Fundação FIDES reuniram em São Paulo mais de cem representantes de faculdades de administração, que comprometeram-se a seguir a instrução do MEC.Em 1992, a Fundação FIDES desenvolveu uma sólida pesquisa sobre a Ética nas Empresas Brasileiras.Também, em 1992, a Fundação Getulio Vargas, em São Paulo, criou o CENE- Centro de Estudos de Ética nos Negócios. Depois de vários projetos de pesquisa desenvolvidos com empresas, os próprios estudantes da EAESP-FGV - Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas, solicitaram a ampliação do escopo do CENE, para abarcar organizações do governo e não governamentais. Assim, a partir de 1997, o CENE passou a ser denominado Centro de Estudos de Ética nas Organizações e introduziu novos projetos em suas atividades.O CENE-EAESP-FGV foi um polo de irradiação da ética empresarial, por suas intensas realizações no Brasil e no exterior: ensino, pesquisas, publicações e eventos.Atualmente, em São Paulo, há várias Faculdades de Administração de Empresas e Economia que incluíram o ensino da ética em seus currículos.
Fonte: http://www.eticaempresarial.com.br/site/pg.asp?cat_pai=112&pag=2&subcat=2&tit=2&m=1&mdata=sim&ordenacao=DESC&mcat=2&nomecat=n&pagina=subcategorias&tit_pagina=%C9TICA%20E%20NEG%D3CIOS
Ética e Política
Ética e Corrupção Corbis
Na hora de fazer a faxina, cabe a nós, educadores, mostrar aos jovens que as nações que prosperaram foram as que acreditaram em valores elevados.
"Herança maldita", "Lei de Gérson", "jeitinho brasileiro", "o país que não é sério".
"Herança maldita", "Lei de Gérson", "jeitinho brasileiro", "o país que não é sério".
http://www.adur-rj.org.br/5com/pop-up/etica_corrupcao.htm
ÉTICA EM NOSSO MEIO

Muitas são as queixas sobre a falta de ética na política, sociedade, no trabalho, nos meios esportivos, culturais e religiosos. Em nossa sociedade o valor principal passou a ser material, sucesso na carreira e na vida pessoal é a meta principal. O individualismo muitas vezes associado à falta de ética pessoal, tem deturpado os valores profissionais que remetem a defender seus interesses particulares acima dos interesses das empresas em que trabalham, colocando-as em risco. Cabe a nós gestores e futuros gestores de recursos humanos tentar modificar este quadro, iniciar o resgate da ética nas empresas e nas relações de trabalho. Só assim poderemos viver melhor em sociedade!
sexta-feira, 9 de abril de 2010
HERÓI SEM CARÁTER
por: Cláudia Bergamasco
Mesmo na área cultural, parecemos idolatrar os nossos piores traços. O personagem Macunaíma, "o herói sem nenhum caráter", criado pelo escritor Mário de Andrade (1893-1945) há quase oitenta anos, é tido, ainda hoje, como uma espécie de síntese da alma verde-amarela. O retrato irresponsável que fazemos de nós mesmos tornou-se algo tão arraigado na cultura popular que até mesmo os alienígenas passaram a nos ver da mesma forma.
O general Charles de Gaulle (1890-1970), ex-presidente da França, a quem se atribui a afirmação de que "o Brasil não é um país sério", é um exemplo mais que perfeito. Como no caso de Macunaíma, ainda há quem encontre na frase de De Gaulle uma justificativa para explicar todos os tipos de desvios morais dos brasileiros.
"Sempre há uma desculpa para agir de maneira antiética", diz o empresário Oded Grajew, presidente do Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social, entidade que tem como missão promover e disseminar práticas empresariais socialmente responsáveis. "Passamos muito tempo trabalhando na base do jeitinho", diz a economista Maria Cecilia Coutinho de Arruda, coordenadora do Centro de Estudos de Ética nas Organizações da Fundação Getulio Vargas de São Paulo. Ela analisa esse assunto em um dos livros que escreveu, o "Fundamentos de Ética Empresarial e Econômica" (Editora Atlas, 32 reais, 204 págs.), lançado no Brasil no ano passado.
Apesar de terem um fundo de verdade, nem o anti-herói Macunaíma, nem a máxima cunhada pelo general francês espelham de forma precisa a realidade brasileira. E, no caso específico do mundo dos negócios, parece uma grande injustiça jogar no mesmo saco quem se vale da famosa "lei de Gérson", segundo a qual o importante é levar vantagem em tudo, e a legião de empresários que procuram se pautar pela ética nos negócios. Contra tudo e contra todos, ainda existe no país, felizmente, um grupo de empreendedores que dá valor a uma mercadoria que não tem preço - a integridade. E, ao contrário do que se diz, não é pouca gente, não. Se 40% da riqueza nacional é fruto da chamada economia informal, de acordo com uma pesquisa realizada pela McKinsey, uma das principais empresas de consultoria do mundo, pode-se deduzir, sem risco de errar, que os outros 60% provêm de negócios que operam dentro dos limites da legalidade. Será que eles estão perdendo dinheiro? Provavelmente, não. Se fosse o caso, a economia informal teria um peso ainda maior do que já tem no país.
Celso CruzDiretor de compras e qualidade do McDonald's
"Se entrarmos em campo para jogar futebol, temos que jogar conforme as regras do jogo. É a mesma coisa com o pagamento de impostos. Se você é empresário, tem que seguir as regras do jogo "
Talvez a turma de sempre diga que operar dentro da lei é uma atitude quixotesca numa republiqueta de bananas como a nossa. Mas, para quem não abre mão da ética na vida e nos negócios, não há nada mais importante do que encostar a cabeça no travesseiro todos os dias e dormir em paz consigo mesmo. E poder olhar de frente para a sua família, sem o receio de, a qualquer momento, aparecer nas páginas policiais dos jornais. "Só dá para vencer assim", afirma Shiba, da China in Box. "Se alguém disser que não dá para vencer nos negócios com integridade estará dizendo que todo o sistema capitalista é antiético", diz Grajew, do Ethos.
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